OS MAIOS NO ALCAIDE
No
dia primeiro de Maio, era costume alguns rapazes, homens ou mesmo mulheres
vestirem-se de Maio, para pedirem as
Maias. Revestiam o corpo com giestas floridas e, pegando num varapau comprido,
percorriam as ruas, parando às portas, normalmente de gentes ricas ou
abastadas, para pedirem as Maias, gritando: - Maio!
As
Maias eram figos secos, avelãs, nozes, rebuçados e castanhas piladas, que as
pessoas atiravam das janelas ou das varandas. Os Maios agitavam um varapau
sobre os produtos atirados, para que a garotada, em gritaria, não os apanhasse
todos e que um seu ajudante fosse guardando alguns num saco. Entre a garotada,
algumas mulheres levantavam os aventais, para que neles caíssem algumas Maias,
que guardavam. Normalmente, algumas casas davam Maias, também, em dinheiro, que era
divido pelos Maios e seus ajudantes.
Os
Maios inserem-se nos antigos ritos cíclicos de fertilidade e de louvor à
Primavera, tempo de flores e de sementeiras.
Actualmente, ainda uma ou outra pessoa se veste
de Maio, com as tradicionais giestas floridas, percorrendo as ruas a pedir as
Maias, lembrando memórias de outros tempos. Alguns rapazes e raparigas ainda
batem à porta das casas a pedirem as Maias, mas sem o ritual e as giestas das
antigas tradições.
Um Maio revestido com giestas floridas e o varapau.
O DIA DOS ENGANOS
Para
além do dia 1 de Abril, o dia um de Maio, até fins do século
passado, era o dia dos enganos, dia das mentiras ou dia das petas. O costume
foi morrendo para os adultos, mas continuou nas brincadeiras e alegria de algumas crianças.
Nesse
dia, as pessoas tentavam enganar as outras, dizendo ou contando coisas que
podiam acontecer e, ao verem os interlocutores a acreditaram, gritavam-lhes: Maio! E riam. Por exemplo:
-
Ó Zé! Tens as calças rotas no cu!
O
Zé logo ia apalpar as calças, gritando-lhe o outro:
-
Maio!
E
riam ambos.
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