quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PERSONALIDADES ALCAIDENSES

JOAQUIM FIGUEIRA BONIFÁCIO FERNANDES
                Nasceu no lugar do Magalão, Alcaide, em 1920.
                Poeta, estudou no Seminário de Évora e, em 11 de Fevereiro de 1943, ingressou, como irmão, na Ordem Hospitaleira de São João de Deus, onde continuou os estudos. Foi Chefe Administrativo e Técnico de Agro-Pecuária, no Telhal, em Barcelos e em Vilar de Frades.
                Publicou: Poemas - Acontecimentos Festivos da Natureza, publicação da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, e Poesia Que Fica No Tempo Que Passa, Editora Franciscana, Braga, 1987.
                Dois poemas deste alcaidense.


VIM À LUZ

Tive por berço a Gardunha
No Alcaide onde nasci;
A Estrela por testemunha
Serras de onde há anos parti.

De minha mãe o Alcaide,
A Fatela de meu pai;
Duas povoações em alarde
Que recebem bem a quem vai.

Não estais esquecidos, não!
Nem tão-pouco o belo Fundão,
O Magalão e os Enxames.

Embora sempre ocupado,
À psiquiatria votado,
Por vezes com alguns vexames.


FONTE

Cheguei à fonte, bebi,
Bebi e a fonte murmurou;
- Estou aqui para ti,
Bebe amiga criatura.

Refrescado agradeci
A Deus por tanta frescura,
E à fonte amiga que ouvi
Falar com tanta ternura.

Todos ali naquele monte
Conhecem aquela fonte,
Fonte que a todos quer bem.

Na dívida da água pura,
Que dá à gleba fartura
E a vida à terra mãe.

LICENÇA PARA CANÍDEOS

Durante a vigência do Estado Novo, os cães estavam sujeitos a licença camarária paga, anualmente, pelos respectivos donos, devendo os animais, classificados em categorias de "guarda" ou de "luxo", serem portadores de uma chapa numerada e fixada numa coleira.
Publicam-se cópias de recibos relativos a pagamentos da licença e da chapa de um cão de "guarda", no Alcaide.

Licença para cão de guarda, em 1968.

Recibo de pagamento de chapa relativa a licença de canídeo do Alcaide, no ano de 967.





segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

PERSONALIDADES ALCAIDENSES


FREDERICO CARLOS FERREIRA FRANCO E FREIRE

            Frederico Franco nasceu no Alcaide em 16 de Janeiro de 1829 e faleceu em Carnide, Lisboa, em 1909, no Palácio dos Condes de Carnide, cunhados do seu único filho, o Conselheiro João Franco, que se encontrava exilado em Biarritz (França), desde o regicídio, Fevereiro de 1908. João Franco foi autorizado a deslocar-se a Portugal para assistir ao funeral do pai.
            Frederico Franco era filho único do capitão João Ferreira Franco e Freire, natural do Alcaide, nascido em 1779 e falecido na mesma terra em 1858.  
Frederico Franco foi um grande proprietário do Alcaide, que contribuiu para a fundação de uma Casa Agrícola, a Casa Franco, com características de empresa agrícola, quer pelo grande número de trabalhadores a quem dava trabalho, quer pela quantidade de produtos que as suas terras produziam.
            Frederico Franco, agraciado com mercê de Moço Fidalgo da Casa Real, por alvará de 29 de Dezembro de 1862, foi um político local de grande influência, líder do Partido Regenerador, que se destacou pela sua acção em defesa dos interesses sociais e económicos do Concelho do Fundão. Foi Presidente do Município do Fundão, por duas vezes, de 1866 a 1870 e de 1878 a 1890.
            O Senhor Frederico Franco era um alcaidense muito respeitado pelo povo. Quando passava pelas ruas, todos o saudavam e se levantavam se estivessem sentados. Os entretenimentos e jogos paravam quando o Senhor Frederico passava.
             O sítio onde foi construída a Casa Franco era conhecido pelo Altinho do Senhor Frederico.


Quadro a óleo de Laura Schindler, cunhada de João Franco, pintado em 1889, com uma vista do Alcaide, onde se vê apenas a Casa Franco antiga, à direita, e a torre à esquerda.


Em segundo plano, a Casa Franco com os dois corpos; o primeiro, à direita, com janelas em ogiva, construído em 1858, e o segundo edificado em 1920.

domingo, 22 de janeiro de 2012

CORREIO, TELÉGRAFO E TELEFONE


Estação de Correio e Telégrafo

            O Alcaide, por influências do Conselheiro João Franco, teve telégrafo público desde os anos oitenta do século XIX, telégrafo que fora introduzido em Portugal em 1855. Em 1894, a aldeia tinha Estação de Correio e Telégrafo, instalado na loja de comércio de Augusto Leal Tavares, no rés-do-chão do edifício da actual Junta de Freguesia, com frente para o Largo da Praça.

Recibo de encomenda dos Correios e Telégrafos do Alcaide, de 1894.

            Depois, desde 1906 até 1938, teve Estação Telefono-Postal, na mesma casa comercial, passando, de 1938 até 1941, a Posto de Correios Telégrafos e Telefones, instalado numa dependência da casa comercial de Alberto Leal Mendes, na Rua Joaquim Correia.

Correio de Portugal e Posto de Telefone Público

            Em 26 de Agosto de 1941, abriu, no Alcaide, o Posto de Telefone Público, a funcionar no Posto de Correio de Portugal, numa dependência da casa de comércio de Alberto Leal Mendes, já referida, ficando a pertencer à rede do Fundão.
            Em 24 de Abril de 1947, o Alcaide passou a ter rede de telefone própria, servindo as povoações de Alcaide, Fatela, Fatela-Gare e Enxames, com 22 assinantes, sendo o encargo com a montagem da rede de 455.000$00.
            Até aos anos oitenta do século XX, o Posto de Correio tinha carteiro próprio que distribuía cartas e encomendas na povoação, nas quintas, em Fatela - Gare e na aldeia da Fatela, em dias de semana, todos os dias, e aos domingos na parte da manhã, mas apenas no Alcaide. Depois daquela data, o correio passou a sder distribuído por um funcionário dos Correios do Fundão.
            Até à data freferida atrás,uma mulher, paga para o efeito, transportava o saco do correio do Posto de Correio para a Estação dos Caminhos de Ferro, para o entregar na ambulância dos CTT do comboio-correio, pelas 7 horas da manhã e pelas 6 horas da tarde.
            Um rapaz ou uma mulher levavam os telegramas, do Posto de Correio para as quintas, para a Fatela e para Fatela-Gare, mediante um pequeno pagamento em escudos.
Em 1980, foi construído um edifício para o Posto de Correios, nas proximidades do Largo de São Francisco, dispondo de um funcionário, com abertura durante três horas por dia, e o Posto de Telefone Público passou a funcionar no Café Baptista, na Praça Joaquim Gil Pinheiro.

Actual edifício dos Correios do Alcaide.

Actual edifícios dos Correios do Alcaide.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

ALCAIDE - POSSÍVEIS ORIGENS


            A aldeia do Alcaide é das mais antigas povoações da Serra da Gardunha[i] e do Concelho do Fundão ao qual pertence. Situa-se num contraforte da vertente norte daquela serra, a cerca de seis quilómetros para este da cidade do Fundão, localizada segundo o modelo árabe, com o agregado habitacional num cabeço da encosta e a maior parte das terras de cultivo em zona mais baixa.
            O topónimo Alcaide, de origem árabe, significa o governador, o capitão ou chefe militar (Al-Kaid ou Al-Gaid)[ii]. Também Al-caied, do verbo caidon árabe, em português – governar, administrar, dirigir. Segundo JOSÉ PEDRO MACHADO[iii], há, em Portugal, dezassete lugares designados por Alcaide, devendo-se o seu aparecimento a qualquer chefe militar de povoado próximo, que possuía terras no local e do qual o lugar recebeu a denominação. Existe também a palavra alcalde (do árabe al-qadi), que designa o juiz do concelho, vereador ou alvazil.
            A autoridade alcaidarista (alcaidaria-mor, alcaidaria do mar, etc.) acabou, em Portugal, no século XVIII, restando alguns topónimos e alguns termos no léxico histórico.
            Conforme o Catálogo de todas as Igrejas, Conventos e Mosteiros que havia em Portugal, pelos anos de 1320 e 1321[iv], a aldeia foi também chamada por Aldeia do Pretor, devido, por certo, à sua dependência do alcaide da Covilhã, também designado por Pretor da Covilhã. Prevaleceu, entretanto, a denominação de Aldeia do Alcaide.
            Alguns alcaidenses contam que ouviam dizer aos mais velhos que o Alcaide foi fundado, durante o domínio árabe, por um al-kaid que governou a Covilhã Velha, antigo castro pré-romano, fortificado, da Idade do Ferro, situado na Serra das Casinhas, sobranceiro à povoação de Póvoa Palhaça.
            O Castro da Covilhã Velha, situado a cerca de uma légua a leste do Alcaide, que foi habitado por povos castrejos, também deve ter sido morada de romanos e de árabes. Nas imediações deste Castro, ter-se-á situado a primitiva cidade da Covilhã (Cova Lhana ou Covillana), a denominada Covilhã Velha, onde existe um marco trigonométrico com essa designação.
            Segundo José Mendes Feliz[v], a aldeia serrana do Alcaide foi fundada entre os anos 1198 e 1207, sob o reinado de D. SANCHO I, o rei Povoador, quando este monarca esteve na Covilhã, para tratar da defesa e do povoamento desta vila e do seu termo, doando as terras, que hoje formam o espaço físico da freguesia do Alcaide, ao fidalgo DOM ESTEVÃO ANES (Stephanus Johannis), alcaide da Covilhã, conhecido como o fundador da povoação alcaidense.
            Nas Inquirições de 1290, está registado que o povoamento das terras a que chamavam o alcaide foi efectuado por D. Estêvão Anes e que essas terras a ele pertenceram.
            As Inquirições de D. DINIZ[vi], de cerca de 1314, referem o povoamento do Alcaide do seguinte modo:
           A aldeya que chamam do Alcaide, dizem as ts q ffoy do alcaide Dom Estevam e que a ouve do pobramento da terra e que lha virom trager por hõrra sem linhage e trager hy seu moordomo e sseus alcaides.[vii]
           Sobre este facto, refere José Hermano Saraiva[viii]:
          Quer isto dizer: em 1314, ainda viviam pessoas muito velhas, que sabiam que tinha havido um povoamento de regiões. O Alcaide Dom Estevam, que ainda tinham conhecido, e cujos descendentes viviam, instalou-se no lugar que é hoje a aldeia do Alcaide, e a terra ficou com honra, isto é, ficou imune de qualquer pagamento ao rei, porque D. Estevam era fidalgo.

            No entanto, Joaquim Candeias da Silva[ix] refere que a povoação de Alcaide deve ter sido fundada por meados do século XIII, porque, entre os anos de 1198 e 1207, era alcaide da Covilhã D. PEDRO DE GUTIERRES e não D. ESTEVÃO ANES, e, por, em 1314, ainda existirem testemunhas que se lembravam bem de D. ESTEVÃO e de o terem visto trazer a terra.

Serra da Gardunha. O ramo central, em primeiro plano,  é conhecido por serra do Alcaide.
Em primeiro plano, arrabaldes do Alcaide; ao centro e à esquerda, modernas habitações; em último plano, a serra da Gardunha (serra do Alcaide).

O lugar do Carvalhal na serra do Alcaide.

Ruínas do Castro, na Covilhã Velha.

Ruínas do Castro, na Covilhã Velha.

A aldeia de Alcaide molda-se num contraforte da serra da Gardunha. Foto de José da Cruz, dos anos 50 do século passado.  

O Alcaide actual, no contraforte da serra da Gardunha.
Habitações tradicionais no Fundo do Povo.

Terras baixas do Alcaide, inseridas na Cova da Beira.


NOTAS
[i]  A serra da Gardunha, com 1223 metros de altitude, orientada na direcção E-W, é um prolongamento, para Sul, da Cordilheira Central da Península Ibérica, da qual fazem parte as serras espanholas de Gredos, de Guadarrama e da Gata . A parte da Serra da Gardunha, compreendida nos limites da freguesia do Alcaide, é conhecida por Serra do Alcaide.
[ii]  ALBUQUERQUE, Ruy de - Verbo Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Editora VERBO, Lisboa, 1963, 931.
[iii]  MACHADO, José Pedro - Dicionário da Língua Portuguesa, Vol. VI, Editora Sociedade de Língua Portuguesa, Lisboa, 1965, 4.
[iv] Biblioteca Nacional de Lisboa - Códice 179.
[v]  FELIZ, José Mendes - O Alcaide - Elementos para a sua História, Edição da Liga dos Amigos do Alcaide, Alcaide, Fundão, 1968, 16.  
[vi] Arquivo Nacional da Torre do Tombo - L 9, fl. 34, parag. 5.
[vii]  MONTEIRO, José Alves - Ao Redor do Fundão, Editora Jornal do Fundão, Fundão, 1990, V.
[viii] SARAIVA, José Hermano - O Concelho do Fundão, Jornal do Fundão, Ano de 1990, V.
[ix]  SILVA, Joaquim Candeias da - O Concelho do Fundão através das Memórias Paroquiais de 1758, Editora Jornal do Fundão, Fundão, 1993, 22, 24.

domingo, 15 de janeiro de 2012

A BORBOLETA «PAPILIO MACHAON» NO ALCAIDE

No verão de 2010, foi vista, num quintal anexo a uma habitação, na Rua de Santo António, uma lagarta a alimentar-se num funcho (erva-doce). A lagarta e a crisálida foram observadas durante 21 dias e fotografadas, diariamente: na fase inicial, de 08 a 14 de Agosto, em crisálida, de 15 a 28 de Agosto,  e insecto adulto, 29 de Agosto. Quando o insecto adulto apareceu, surgiu uma bela borboleta designada por Papilio machaon, conforme literatura consultada, popularmente conhecida por Borboleta Cauda de Andorinha ou Rabo de Andorinha.

Papilio machaon (Swallowtail do Velho Mundo)

Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Família: Papilionidae
Género: Papilio
Espécie: P. machaon
Nome binomial: Papilio machaon

O epíteto machaon refere-se a Machaon ou Macaão, herói médico grego, que foi filho de Asclépio ou Esculápio, deus grego da Medicina, referido nas obras de Homero.
Esta borboleta aparece na Europa, na Ásia e na América do Norte, actualmente rara, sendo protegida por lei na Inglaterra.

Descrição:
É uma notável borboleta amarela com lista dorsal escura, asas amareladas subdivididas em pedaços de cor amarela, preta e cinzenta. As segundas asas, as traseiras, têm cinco ou seis círculos azuis e um círculo de cor vermelha e azul, chamados olhos, e um par de caudas salientes, semelhantes a andorinhas, em ambos os sexos, que lhe dão a designação. Tem uma envergadura de 8 a 10 cm.

Ciclo biológico:
A postura acontece no fim do Verão, com ovos separados, postos sob as folhas das plantas alimentadoras, as umbelíferas, especialmente e a erva-doce (funcho) e a cenoura.
A eclosão das lagartas efectua-se cerca de uma semana após a postura dos ovos. O desenvolvimento da lagarta, que tem actividade diurna, demora mais ou menos um mês.
Com o crescimento, a lagarta torna-se verde, com manchas pretas e laranja.
Para sua defesa, quando incomodada, lança, por “antenas alaranjadas”, projecções carnosas por trás da cabeça, um odor fétido que afasta os predadores.
As crisálidas, cuja fase dura três semanas, são cercadas por uma cintura de seda, que as segura aos caules da planta.
Estas borboletas voam de Março a Setembro, com um voo forte e rápido, fazendo uma pausa para pairarem sobre plantas em floração, para sugarem o néctar.

(http)://wikipedia.org/wiki/Papilio_machaon



A lagarta alimentando-se  com funcho.

A lagarta alimentando-se com funcho.

A lagarta alimentando-se com funcho.

A lagarta expele um odor fétido pelas "antenas", projecções carnosas, de cor  laranja, para afastar os predadores.

Início da transformação em crisálida. A lagarta fixa-se em caule seco da erva-doce para começar a fase de crisálida, envolve-se com uma cintura de fios de seda e prendendo-se ao caule.  

Início da fase de crisálida. No nó do caule, notam-se os fios de seda.
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Fase final da transformação em crisálida, apoiada no caule e segura por fios de seda.

Crisálida no caule da erva-doce. Notam-se os fios de seda.

Face inferior da crisálida, segura no caule da erva-doce.

A borboleta, no final da metamorfose, saiu do invólucro da crisálida, que fora colocada num frasco.

Retirada a cobertura do frasco, a borboleta Cauda de andorinha (Papilio machaon) fez o primeiro voo para uma janela.

A borboleta Cauda de andorinha  (Papilio machaon) faz o segundo voo para o piso da sala.

A borboleta Cauda de Andorinha ( Papilio machaon) faz o terceiro voo para um cortinado. Depois, com a janela aberta, voou para a liberdade.

No fim, ficou o invólucro da crisálida.

sábado, 14 de janeiro de 2012

IRMANDADES

IRMANDADE DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

          A Irmandade do Santíssimo Sacramento, de tipologia devocional, formada pela Congregação de todos os irmãos, foi criada por alvará de 18 de Maio de 1817, por despacho do Juiz de Fora da Vila do Fundão, com aprovação dos Estatutos (Compromisso), elaborados em 1816, que regulamentam as actividades da Irmandade, a pedido do Juiz, oficiais, sacerdotes e outras pessoas da Confraria da Vila do Alcaide.
          A Irmandade era composta pela Congregação Geral dos Irmãos, o Juiz ou Presidente e todos os Irmãos, e pela Mesa dos Negócios, formada pelo Juiz (Presidente), Vogais (dois Juízes anteriores), Escrivão (Secretário), Tesoureiro, Procurador, Mordomos e Andador.
          A Irmandade do Santíssimo Sacramento tinha por funções: organizar a Semana Santa, dar a cera para o trono e altares, fazer a festa do Santíssimo Sacramento, assistir com opas, vestes e tochas a todas as procissões em que o Santíssimo Sacramento for levado, acompanhar o Santíssimo Sacramento por Viático aos Enfermos, mandar celebrar quatro missas em sufrágio e por altura do falecimento dos irmãos, acompanhar à sepultura os irmãos falecidos, com a Cruz e quatro tochas, mandar celebrar missa todos os Domingos terceiros de cada mês, por intenção de todos os irmãos falecidos, no Altar-mor da Igreja e a seguir fazer procissão com o Santíssimo Sacramento na Custódia, à roda da Igreja, ou seja o Compasso.
          Actualmente, já não é celebrada Missa nos Domingos terceiros, como o Compasso, mas apenas uma vez por ano, no Aniversário das Almas, atrás referido. Em 2005, apenas foi celebrada a Missa.
          Irmão pode ser qualquer pessoa, dos dois sexos, que o solicite e que seja de boa qualidade de vida e costumes, com bens suficientes para suportar os encargos (jóia de entrada e quota anual) e não ser infamada de facto ou de direito. Quando foi formada, cada irmão pagava, anualmente, 480 réis ($48 – quarenta e oito centavos) ou 240 réis ($24 – vinte e quatro centavos), se fosse filho, filha, irmão ou irmã de um membro da Irmandade.
           Em 1990, a Irmandade contava duzentos e dez irmãos, em duzentas e noventa famílias, contribuindo cada irmão (masculino ou feminino), anual-mente, 100$00 (cem escudos) de quota.
          Em 2003, a Irmandade era constituída por 234 irmãos, que estavam sujeitos à seguinte quotização: pagamento de entrada ou jóia, até aos 10 anos – 1,00 euro; dos 11 aos 20 anos – 2,00 euros; dos 21 aos 30 anos – 3,00; dos 31 aos 40 anos – 4,00 euros; dos 41 aos 50 anos – 5,00 euros; dos 51 aos 60 anos – 6,00 euros; dos 61 aos 70 anos – 7,00 euros; mais de 70 anos – 8,00 euros; pagamento de quota anual para todos – 1,00 euro.

No Dia de Todos os Santos, em 1 de Novembro, alguns elementos da Irmandade do Santíssimo Sacramento percorriam as casas da freguesia pedindo para as Almas. Os alcaidenses ofereciam dinheiro ou produtos agrícolas, que revertiam para as despesas da Irmandade, incluindo gastos com missas e outros ofícios, em acção de graças pelos alcaidenses falecidos. Actualmente, o peditório para as Almas é feito, anualmente, na Igreja, durante uma missa de domingo.

O livro que contém os estratutos está na posse do Presidente da Irmandade.


Foha de rosto do  livro com os Estatutos.

Página com poema relativo à Irmandade e quadra lembrando a morte. 

Página inicial da descrição das funções da Irmandade.

Página com despacho da aprovação dos Estatutos.

Página inicial das prescrições relativas à Unção dos Enfermos.

Página com prescrições com o Santíssimo Sacramento, levado por Viático aos enfermos.

Iluminura de um Capítulo.

Iluminura de um Capítulo.

Iluminura no início do Capítulo V.

Página com as assinaturas das pessoas que intervieram na redacção e aprovação dos Estatutos.


Página com as obrigações do Escrivão.